Um dos pontos evidentes da escrita de Cora Coralina, a ilustríssima senhora de Goiás, é a ekphrasis (do grego: explicar até o fim). Trata-se da descrição detalhada e vívida de um objeto, geralmente uma obra de arte.
É nessa técnica narrativa que a autora mergulha ao desenhar com palavras todos os pormenores de um recipiente de porcelana pertencente à bisavó no poema “O prato azul-pombinho” ou ao esmiuçar, com olhos saudosos e resignados, a Casa Velha da Ponte, onde nasceu e testemunhou os tempos de riqueza e de decadência do sobrado, onde hoje funciona o museu em homenagem à escritora.